Retalhos de nossa história - FAMÍLIA HONÓRIO DE MELO

Os pereiras de Araújo formaram uma das famílias mais tradicionais do grande município de Campina Grande no final dos 1700 e início dos 1800. Chefes políticos e senhores de muitas posses, eram donos de muitas terras ao Oeste de Queimadas, além do rio Bodocongó, que ia de Caturité a Campina Grande, além de fazendas espalhadas por todo o cariri.

O principal nome do clã foi Manoel Pereira de Araújo (houve dois com esse nome, pai e filho, ambos com o mesmo grau de importância, na política e na economia campinense no seu tempo).

Em Queimadas morou uma representante dessa família, Ana Teodora da Conceição, que era sobrinha do primeiro Manoel Pereira de Araújo e, por conseguinte, prima do segundo. Essa senhora fora a primeira moradora do sítio Capivara, uma antiga sesmaria (data de terra) que compreendia uma enorme área que deu origem a vários sítios atuais na da zona limítrofe entre Queimadas e Fagundes, nos dois lados, ao Sul da Serra de Bodopitá. Capivara foi, provavelmente, a primeira fazenda de Queimadas, isso no início dos anos 1800.

Uma filha de Ana Teodora da Conceição, Ana Teodora de Araújo, casou-se, em 1ª e 2ª núpcias, com dois filhos de Manoel Pereira de Araújo, o 2º. Foram eles: Belarmino  Pereira de Araújo e Hipólito Cassiano de Araújo, enviuvando nas duas vezes.

O segundo casamento dela é o que nos chama a atenção: Hipólito Cassiano de Araújo era subdelegado de Fagundes em 1873 (a época toda área de Queimadas pertencia a Fagundes). Um dia - em abril daquele ano, voltando do sítio Queimadas para a Capivara,  onde morava, passando no lugar Baixa Verde, foi assassinado a golpes de faca por um tal Neco de Barros com a ajuda do pai, Joca de Barros.

Este é a apenas o fato histórico para ilustrar a informação, mas o que nos interessa é a história familiar do casal, que só tiveram uma filha, Maria Capitulino de Araújo (Iaiá de Melo). Esta que é tida como a primeira professora de Queimadas, isso por volta de 1880.

Iaiá de Melo por sua vez, casou-se com Anastácio Honório de Melo e o casal teve 9 filhos:

1. Cecília Barbosa de Melo, que casou-se com João Barbosa da Silva. Eram os país de d. Dulce.

2. Maria Honório de Melo Maia, casada com José Maia Filho. Eram os avós do ex-vereador Arnaldo Maia e tronco de toda família Honório Maia de Queimadas.

3. Ana Honório de Melo Tavares, casada com Manoel Tavares.

4. João Honório de Melo, que foi o primeiro dentista em Campina Grande, casado com Francisca Figueiredo de Melo.

5. Apolônio Honório de Melo, casado com Adalgisa Pessoa de Andrade. Os avós de Dr.  Argeu (do Museu).

6. Maria Madalena Honório de Melo, que morreu solteira.

7. Joaquina Honório de Melo Ribeiro, casada com Cézar Ribeiro (o dono da Usina de Queimadas). Pais de Eunice Ribeiro (o nome da principal rua comercial de Queimadas na atualidade) e tios do ex-prefeito de Campina Grande, Enivaldo Ribeiro.

8. Júlio Honório de Melo, casada com Hermelinda de Andrade Melo. Pais do ex-prefeito de Queimadas, Leonardo Honório.

9. Nelson Honório de Melo, casada com Helena Pessoa Guerra.

Como ilustração temos as fotos abaixo onde aparece o Sr. Anastácio Honório de Melo, representante altivo desse clã, ele que foi advogado e político, militando ao lado de Argemiro de Figueiredo, nos anos 30. Era filho de João Honório de Melo e Francisca Figueiredo de Melo.

É o quarto, em pé, a esquerda, na primeira foto.

FONTES:
Os Oliveiras Ledo e a Genealogia do Santa Rosa, v. 2  - Antonio Pereira de Almeida.
Da Revolução de 30 a Queda do Estado Novo - Josué Silvestre.
História de Campina Grande - Epídio de Almeida.
Queimadas Seu Povo, Sua Terra - Antonio Carlos Ferreira Lopes.
Datas Campinense - Epaminondas Câmara.
Arquivo Particular de Arnaldo Maia.