ALGUNS
ESCLARECIMENTOS
Germana Correia Lima – No dia 09 de Março de 2013, exatamente um dia após a morte de D.
Dulce Barbosa, o Blog Tataguaçú fez uma homenagem especial àquela decana da
política queimadense contando sua trajetória de vida, inclusive com fotos
exclusivas. Nove dias depois, ou seja, no dia 18 do mesmo mês, uma de suas
sobrinhas, Germana Correia Lima (a quem não conheço) fez uma severa reprimenda
ao Blog, naquele estilo morde e assopra: “Eu vou sugerir que o blog pesquise com
cuidado essa afirmação de que Dulce Barbosa se candidatou e perdeu duas
eleições para Prefeito de Queimadas”, disse, para em seguida arrematar:
“Eu
sou Germana Correia Lima e uma leitora e admiradora do seu blog”.
Atrasadíssimo –
Só ontem, quarta (15.01.2014), quando buscava alguns dados para o meu livro “Terra Tataguaçú”, em seu estágio final
de revisão, é que me deparei com o comentário de Correia Lima no blog (não
tenho o costume de fazer essas verificações com frequência, uma falha), é por
isso que só agora faço minha resposta, e dou minha explicação. Antes tarde do
que nunca.
TER-PB – Confesso que nunca acompanhei, in loco, uma campanha de Dulce, só de ouvir falar – é que sou mais novo um pouco. E isso me ajuda bastante, porque não faço uso da lembrança e alicerço minhas informações em documentos. Quem disse que Dulce Barbosa foi candidata a prefeita de Queimadas três vezes, 1962, 1969 e 1976, ganhando uma e perdendo duas, não foi eu – foi o TER da Paraíba, em um site que trata dos históricos das eleições no estado. Se ela em alguns desses pleitos desistiu da campanha, eu não conheço – assim sim, uma falha grave, devia ter pesquisado mais. Entretanto, naquela página do TER-PB lá está o nome de D. Dulce com suas respectivas votações, conforme veremos adiante.
Censura – Esta, entretanto, não foi a primeira vez que fui censurado quando falei de Dulce Barbosa. Outro dia eu disse aqui nesse mesmo espaço, que ela não foi à primeira mulher a ser prefeita no Brasil, um amigo me procurou dizendo que eu não estava certo e tal. De outra feita, inventei de dizer que Dulce entrou para política em 1935 e não em 1947, como muitos querem, foi outra reprimenda. Mas amigos, não sou um irresponsável, com alguns querem, de sair por aí dizendo inverdades e inventando lorotas. Minha formação moral não permite. Só digo aquilo que posso provar.
Não conheci Dulce pessoalmente – Não estudei no colégio de D. Dulce, nunca votei em
um candidato seu e sempre convivi com pessoas que não gostavam dela, o que era suficiente
para também não lhe ser simpático, mas não fui contaminado. O único contato meu
com sua pessoa, foi viajando de Campina para Queimadas no ônibus da Condor,
quando a mesma sentou-se ao meu lado. Tentei puxar assunto, mas fui ignorado,
então retribui a delicadeza. Entretanto, o episódio não teve, nem deveria ter,
nenhuma relevância no meu conceito sobre a velha mestra.
Homenagens I
– Quando criei o BLOG TATAGUAÇÚ o fiz pautado em três pontos que eu via muito
falho em Queimadas: postar fotos antigas para de alguma forma contar a história
dessa terra; mostrar fotos atuais, para que as pessoas conhecessem o lado
bonito da cidade e sua evolução (às vezes alguém cobra a publicação de coisas
do cotidiano, mas para isso há outros sites e blogs); e prestar as justas
homenagens às autoridades ou anônimos que contribuíram para o engrandecimento
dessa terra, sabendo que Queimadas é muito dada a essa prática (por aqui,
morreu, acabou!). Dessa forma era meu dever, e obrigação, fazer uma postagem
sobre Dulce Barbosa, uma figura histórica dessa comuna, nem que eu tivesse as
maiores diferenças com ela, que não era o caso. E mais: o que eu ia ganhar
denegrindo sua imagem?
Homenagens II – E em se falando em homenagens, tenho o orgulho de dizer que muita gente boa não caiu no esquecimento completo em Queimadas por causa do blog, que vez por outra aparecem lembrando seus feitos. Quem em Queimadas lembrou, falou ou escreveu sobre Zé Miranda, Saulo Ernesto, Tião do Rego, Dona Dulce e muitos outros, depois de seus desaparecimentos? E mais, de graça e a seca, como diria o amigo Juarez Alves da rádio Queimadas FM.
Nem um obrigado – Mas uma coisa é certa, se eu fizesse o blog pensando em qualquer retorno já tinha desistido a muito. Por exemplo, nunca cobrei nada para homenagear alguém e também nunca recebi nem um obrigado. Auto lá, retificando: quando homenageei Saulo, recebi os agradecimentos de Carlinhos, seu irmão e de Arthur, seu filho – só. Uma vez, das tantas que falei de Zé Miranda, Carminha sua irmã me agradeceu, via Lamartine – só. O pessoal de Tião do Rêgo que gastam fortunas nos jornais para lembrar o pai, mas nunca agradeceu ao blog por lembrar-se do ‘mago’, e por aí segue...
No mais – Fico triste com os episódios dessa natureza, mas tô acostumado. Sigo a minha vida sem a necessidade de pedir a benção a quem quer que seja, e escrevendo meus textos de acordo com o que minha gramática permite, dentro do preceito do respeito e da verdade, sem enaltecer, sem babar, sem denegrir e dizendo apenas aquilo que posso provar, com já foi dito. Mas a história é o que se passou e não aquilo que agente queria que fosse.
O "carão" de Germana, ipsis litteris e o texto referente.
Anônimo18 de março de 2013 20:46
Eu vou sugerir que o blog
pesquise com cuidado essa afirmação de que Dulce Barbosa se candidatou e perdeu
duas eleições para Prefeito de Queimadas. De acordo com minhas lembranças, que
naturalmente podem estar em falta, ela não voltou a se candidatar pessoalmente,
e certamente não por duas vezes, embora tivesse realmente perdido várias
eleições como chefe política, apoiando candidatos como Camões Barbosa, Leonardo
Honório que também foi Prefeito, eleito noutra oportunidade, e outros. Na época
lhe faltavam recursos para financiar as campanhas com a dissolução dos partidos
políticos incluindo o PTB. Fundou o MDB que posteriormente tornou-se o PMDB e
participou da campanha pelas diretas e redemocratização.
Outro erro natural pela confusão
de nomes é que Donzinha era de fato irmã de Nazinha e tia de Dulce, e portanto
filha de Papai Tacinho como Anastácio era chamado em família. Donzinha também
teve um filho chamado Anastácio Honório que foi engenheiro e construtor da
grande barragem de Orós. O marido de Donzinha era José Maia e são eles os avós
de Arnaldo.
Eu sou Germana Correia Lima e uma
leitora e admiradora do seu blog.
EIS AS PROVAS:
Esse santinho de Campanha já fala por mim. Veja que a decana é candidata pelo MDB, partido que não existia em 1962 quando ela disputou e ganhou a eleição. Então só pode ser nas eleições posteriores.
+de+d+dulce01.JPG)
Agora sim, matando a cobra e mostrando o pau:
ELEIÇÃO DE 1969
Eleições para prefeito de Queimadas, 1969 – dados TER PB (http://www.tre-pb.jus.br/eleicoes/)
Leonardo Honório de Melo
(Vice: Saulo Ernesto) – ARENA 2, 1.098 votos (43,76%) - Eleito
José Camões Barbosa Pinto
(Vice: Tião do Rêgo) – ARENA 1, 1.061 votos (42,29%).
Maria Dulce Barbosa (Vice:
José Maciel da Silva) – MDB, 350 (13,95%).
Votos brancos 26
Votos nulos 67
Total apurado 2.602
Eleitorado 4.298
Abstenção 1.696 39,46%
ELEIÇÃO DE 1976
Saulo Leal Ernesto de Melo
(Vice: Severino Souto Velez) – ARENA1, 3.608 votos (67,96%)-Eleito
José Ribeiro de Albuquerque
(Vice: José de Anchieta Pachu) – ARENA3,
1.214 votos (22,87%).
Maria Dulce Barbosa (Vice:
Clodomiro Gonzaga Albuquerque) MDB1, 432 votos (8,14%).
Fernando Gomes da Silva
MDB3, 55 votos (1,04%).
Votos
brancos 116
Votos nulos 127
Total apurado 5.552
Eleitorado 7.080
Abstenção 1.528 21,58%
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