O documento, já amarrotado e se deteriorando com o tempo, está escrito em uma folha de papel comum, podendo ser o racunho feito por este, para ser transcrito em telegrama, o meio de comunicação mais eficiente da época.
NOTA: José Maia Filho, patriarca da família Honório Maia de Queimadas, foi liderança por aqui desde o final da década de 20, militando inicialmente nas ostes de Argemiro de Figueiredo. Pelo que se ver neste documento, em 1940 ele figurava no lado de Ruy Carneiro, que substituiu Argemiro e tornou-se o principal adversário dele.
EM TEMPO: só nos resta agradecer a Arnaldo Maia por ter a sensibilidade de guardar todo esse material, relíquias históricas de Queimadas.
A seguir o citado bilhete e logo abaixo a trancrição do material para que o leitor tenha um entendimento melhor.
Dr. Samuel Duarte
Não posso deixar secreta minha admiração pelo seu alto desprendimento de, abandonar os seus superiores interesses particular, aceitar o cargo de Secretário do Interior, afirmando assim, seu nobre espírito de dedicação à causa de nossa gente e de nossas coisas.
Abraço-o solidariamente.
O amigo José Maia.
Por conseguinte, Samuel Duarte enviou um cartão para José Maia, agradecendo pelas palavras de apoio. Costumes da época.
Abaixo pequena biografia de Samuel Duarte (foto).
Samuel Duarte
Samuel Vital Duarte nasceu em Alagoa Nova (PB) no dia 10 de dezembro de 1904. Bacharelado em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Recife, trabalhou como jornalista e advogado, chegando a ocupar a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entre 1967 e 1969.
Em outubro de 1934 elegeu-se deputado federal pela Paraíba na legenda do Partido Progressista, tendo seu mandato interrompido em novembro de 1937 em virtude da implantação do Estado Novo.
Após ocupar o cargo de secretário do Interior e Segurança Pública durante a interventoria de Rui Carneiro em seu estado natal (1940-1945), foi nomeado interventor no dia 27 de outubro de 1945. Com a deposição de Getúlio Vargas em 29 de novembro de 1945, foi destituído do cargo poucos dias depois.
Em dezembro de 1945 obteve uma cadeira na Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Promulgada a nova Constituição em 18 de setembro de 1946, passou a exercer o mandato ordinário. Em março de 1947 assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, após o impasse gerado pela disputa entre as bancadas paulista, mineira e gaúcha.
Deixou o cargo em dezembro de 1948, sendo substituído pelo deputado Carlos Cirilo Júnior (PSD-PR). Reelegeu-se deputado federal em outubro do ano seguinte na legenda da Coligação Democrática Paraibana, composta pelo PSD e pelo Partido Libertador.
Renunciou em janeiro de 1954, sendo então nomeado avaliador dos Feitos da Fazenda.
Faleceu no dia 3 de dezembro de 1979.
Fonte: ABREU, Alzira Alves de & BELOCH, Israel (coords.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, 1930-1983. Rio de Janeiro, Forense-Universitária/FGV-CPDOC/Finep, 1984, vol. 2 .
Só temos a agradecer as pessoas que guardam relíquias que remontam ao passado de sua cidade.
ResponderExcluirParabéns por esse belíssimo blog e a você caro José Ezequiel, pois não é fácil disponibilizar seu tempo na elaboração desses preciosos registros de sua cidade.