Neste último domingo, quando o Brasil elegeu Dilma Roussef, a primeira mulher Presidente do país, um bocadão de preconceitos fora quebrado. E, numa nação machista incorrigível e até hipócrita, o fato é digno de louvor.
Agora é só esperar, e esperar também que uma frase da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher tenha valia por aqui. Um dia ela disse mais ou menos assim: "Se em política queira que alguma coisa seja dita, chame um homem. Mas, se quiser que essa coisa seja feita, chame uma mulher".
Mulher tem mais sensibilidade que homens.
Mulher tem mais senso crítico.
Mulher tem mais responsabilidade.
Ao final das apurações dos votos neste último domingo, ouvi um radialista da Rádio Correio FM de João Pessoa falar: "se foi inventado alguma coisa melhor que a mulher, não precisa me dizer, não mim interessa".
Pois bem, se nascemos de uma mulher, fomos alimentados por uma mulher, educados por elas e escolhemos uma para com ela transmitirmos nossos genes, não há nada de mais em ser governado por uma delas.
PIONEIRISMO
Queimadas detém certo pioneirismo neste seara. Já em 1947, Maria Dulce Barbosa, nascida na Capivara e moradora da Vila de Tataguassú, fora eleita a primeira vereadora da cidade de Campina Grande, fato que se sucedeu por outros três pleitos. Até que, em 1962 ele concorreu ao cargo de prefeito de Queimadas, ganhou as eleições e se tornou a primeira mulher prefeita de uma cidade do Nordeste.
Conta-se que durante a campanha ela sofreu todo tipo de preconceito de gênero. Por ser mulher, muitas pessoas a detratava, aludindo que o sexo feminino era sinônimo de incompetência. Jocosamente, foi recorrente na cidade uma triste frase: "em terra que tem homens, não se vota em que mija de cócoras". A frase é tão dura, que reproduzi-la aqui tem a finalidade de mostrar o grau de intolerância que havia naquela época, na certeza que isso nunca mais irá se repetir.
Antonio Ezequiel, meu avô, interpelado um dia, por um chefe político local sobre em quem ele iria votar naquele pleito, respondeu "em d. Dulce". Ouviu de seu interlocutor o seguinte comentário: "mais Antonio, como é que se vota em que veste saia!
Mesmo assim ela ganhou e, hoje para falar do Brasil, nada melhor do que prestar uma homenagem a heroína queimadense.
Foto de dona Dulce nos anos 4o. Arquivos de Alison Tavares.
Flagrante do dia da diplomação dos vereadores de Campina Grande no ano de 1947. D. Dulce está indicada pela seta e a segunda mulher que aparece na imagem (de branco) é Maria Didita Venâncio, suplente de vereadora do PSD. Fonte: Blog Retalhos Históricos de Campina Grande.
Material publicitário de Dulce Barbosa quando ela foi prefeita de Queimadas entre 63 a 66. Material dos arquivos do Blog Tataguaçú.
O Jornal da Paraíba, em sua edição de 21 de Outubro de 2000, trouxe um matéria sobre dona Dulce, a primeira mulher que fora vereadora na cidade de Campina Grande. Clique na imagem para ampliar. Material dos arquivos do Blog Tataguaçú.
VOTOS DE D. DULCE PARA VEREADORA DE CAMPINA GRANDE:
1947: 947 votos.
1951: 1.087 votos.
1955: 761 votos.
1959: 638 votos.
Fonte: TRE/PB
VOTAÇÃO DE D. DULCE QUANDO ELA SE ELEGEU PREFEITA DE QUEIMADAS:
1962: 1.050 votos, contra 979 votos de seu oponente Veneziano Vital.
Fonte: TRE/PB
Agora é só esperar, e esperar também que uma frase da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher tenha valia por aqui. Um dia ela disse mais ou menos assim: "Se em política queira que alguma coisa seja dita, chame um homem. Mas, se quiser que essa coisa seja feita, chame uma mulher".
Mulher tem mais sensibilidade que homens.
Mulher tem mais senso crítico.
Mulher tem mais responsabilidade.
Ao final das apurações dos votos neste último domingo, ouvi um radialista da Rádio Correio FM de João Pessoa falar: "se foi inventado alguma coisa melhor que a mulher, não precisa me dizer, não mim interessa".
Pois bem, se nascemos de uma mulher, fomos alimentados por uma mulher, educados por elas e escolhemos uma para com ela transmitirmos nossos genes, não há nada de mais em ser governado por uma delas.
PIONEIRISMO
Queimadas detém certo pioneirismo neste seara. Já em 1947, Maria Dulce Barbosa, nascida na Capivara e moradora da Vila de Tataguassú, fora eleita a primeira vereadora da cidade de Campina Grande, fato que se sucedeu por outros três pleitos. Até que, em 1962 ele concorreu ao cargo de prefeito de Queimadas, ganhou as eleições e se tornou a primeira mulher prefeita de uma cidade do Nordeste.
Conta-se que durante a campanha ela sofreu todo tipo de preconceito de gênero. Por ser mulher, muitas pessoas a detratava, aludindo que o sexo feminino era sinônimo de incompetência. Jocosamente, foi recorrente na cidade uma triste frase: "em terra que tem homens, não se vota em que mija de cócoras". A frase é tão dura, que reproduzi-la aqui tem a finalidade de mostrar o grau de intolerância que havia naquela época, na certeza que isso nunca mais irá se repetir.
Antonio Ezequiel, meu avô, interpelado um dia, por um chefe político local sobre em quem ele iria votar naquele pleito, respondeu "em d. Dulce". Ouviu de seu interlocutor o seguinte comentário: "mais Antonio, como é que se vota em que veste saia!
Mesmo assim ela ganhou e, hoje para falar do Brasil, nada melhor do que prestar uma homenagem a heroína queimadense.
Foto de dona Dulce nos anos 4o. Arquivos de Alison Tavares.
Flagrante do dia da diplomação dos vereadores de Campina Grande no ano de 1947. D. Dulce está indicada pela seta e a segunda mulher que aparece na imagem (de branco) é Maria Didita Venâncio, suplente de vereadora do PSD. Fonte: Blog Retalhos Históricos de Campina Grande.
Material publicitário de Dulce Barbosa quando ela foi prefeita de Queimadas entre 63 a 66. Material dos arquivos do Blog Tataguaçú.
O Jornal da Paraíba, em sua edição de 21 de Outubro de 2000, trouxe um matéria sobre dona Dulce, a primeira mulher que fora vereadora na cidade de Campina Grande. Clique na imagem para ampliar. Material dos arquivos do Blog Tataguaçú.
VOTOS DE D. DULCE PARA VEREADORA DE CAMPINA GRANDE:
1947: 947 votos.
1951: 1.087 votos.
1955: 761 votos.
1959: 638 votos.
Fonte: TRE/PB
VOTAÇÃO DE D. DULCE QUANDO ELA SE ELEGEU PREFEITA DE QUEIMADAS:
1962: 1.050 votos, contra 979 votos de seu oponente Veneziano Vital.
Fonte: TRE/PB
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