


Abraços
Arnaldo Maia
"José LOPES DE ANDRADE: Nasceu no dia 28 de julho de 1914, em Queimadas, Estadoda Paraíba, falecendo no Rio de Janeiro, em 13 de abril de 1980, deixando viúva D.Letícia Camboim Lopes de Andrade com cinco filhos: Maria Olenka, José, Maria WalescaTizziana e Gianna. Fez o curso primário em Campina Grande, com o professor ClementinoProcópio e, mais tarde, na capital do Estado, freqüentou os Colégios Pio X e LyceuParaibano, ingressando, em seguida, na Faculdade de Direito do Recife, não concluindo,porém, este curso, optando pelos Estudos Sociais, juntamente, com D.Letícia, sua esposa.Foi aluno da turma pioneira do Curso de História e Geografia da UFPB. Já formado, exerceu o cargo de Secretário da Prefeitura de Campina Grande; foi nomeado Chefe da Casa Civil do Governador José Américo de Almeida, cargo que ele deixou para acompanhar oex-governador ao Rio de Janeiro, quando foi designado Ministro da Viação e Obras Públicas. Lopes de Andrade ocupou a Chefia do Serviço de Documentação deste Ministério, só voltando à Paraíba ao término do mandato do Ministro. Instalou-se em Campina Grande e retomou as suas funções docentes. Além da graduação em EstudosSociais, Lopes de Andrade tinha Especialização em Geografia Econômica. Foi um dos fundadores da antiga Escola Técnica Municipal e da Faculdade de Ciências Econômicas deCampina Grande. Integrou o corpo docente da Universidade Regional do Nordeste (URNE, atualUEPB) e da UFPB, campus I e II. Era membro do Instituto Histórico e GeográficoParaibano; ingressou na Academia Paraibana de Letras, em 21 de abril de 1949, foi saudadopelo acadêmico Higino da Costa Brito. Além de professor, também era jornalista; tinha uma coluna diária no Diário da Borborema, intitulada Homens e fatos; muito amigode Assis Chateaubriand, o que facilitava a publicação dos inúmeros artigos no jornalDiário de Pernambuco, de Recife, e nos jornais do Rio de Janeiro. Escrevia, também, para Les Cahiers Internationalles de Sociologie, na França. São de sua autoria:Breve discurso sobre a sociedade e as secas no nordeste, 1943; Introdução àsociologia das secas, 1948; A província, essa esquecida, 1949; Forma e
efeito das migrações do nordeste, 1952."
Josemir Camilo
Agora em abril, comemoraram-se 31 anos que partiu um Quixote, não de La Mancha, mas de Queimadas, de Campina, da Paraíba: José Lopes de Andrade. Parece que na História da FURNE/UEPB esqueceram do lado mais pobre dos dois homens que a criaram. Ficou Edvaldo do Ó, com todo o mérito, mas falta Lopes. Se um parece ser o homem das idéias, o outro não é só de idéias, mas de por no papel, de organizá-las e os dois juntos refletirem. Segundo o próprio Edvaldo, Raimundo Asfora criticava a falta de densidade dos escritos edvaldianos. Foi Lopes quem rabiscou quase todas as idéias básicas para se criar a Escola de Comércio de Campina, a Faculdade de Ciências Econômicas, a Fundação de Ciência e Tecnologia (é, Campina já teve uma!) e a estrutura do que conhecemos hoje como UEPB.
Não sei, mas me parece meio nebuloso este silenciamento sobre o sociólogo. Autodidata, e só neste aspecto de sociólogo, e não genericamente como parecem ter entendido outros. É que a formação acadêmica de Lopes foi incompleta e em vários cursos acadêmicos (Direito, no Recife; Geografia e História na Paraíba e no Rio (mas não dá o curso). Tejo, aqui, se refere a dados colhidos de uma entrevista que Lopes dera a jornalista Jaldete Soares. Mais dados foram retratados por seu admirador, William Tejo, no Prefácio a Uma Militância na imprensa, organizado por José Octávio e Ana Maria Gonsalves (1985). Seria, no entanto, reconhecido como sociólogo, logo por quem? Por Gilberto Freyre que prefaciou o seu livro Introdução à Sociologia das Secas, editado no Rio de Janeiro em 1947.
A história da FURNE/UEPB tem que ser resgatada também nos documentos produzidos por Lopes que acompanhou toda a briga para a federalização daquela entidade ou de suas partes como ocorreu com a de Medicina. Interesses conflitantes de políticos, de administradores das faculdades isoladas de Campina e as sediadas em Areia, por exemplo, deixaram de federalizar a FURNe. Foi nos anos 80 que deveria ter surgido a UFCG, como uma fusão do Campus II, da UFPB e o da FURNe. Eu mesmo cheguei a escrever artigos dando pitaco sobre isto, se não me engano, como embarquei no final dos anos 90 na mesma luta de emancipação do campus II em UFCG.
Há que se produzir uma memória destes batalhadores anônimos que deram suas vidas em prol do desenvolvimento econômico e cultural de Campina Grande, por que sem esta memória, dificilmente haverá história recente. Já estava eu a pensar numa visita à família, para ver o que tem de documentos de Lopes, para a história da FURNE, quando sou informado por sua filha (ex-aluna) que a viúva Letícia Camboim faleceu no começo deste ano. Nada mais justo, portanto, esta curta homenagem ao acadêmico Lopes de Andrade.
Acesse o texto original clicando aqui: http://www.paraibaonline.com.br/coluna.php?id=53&nome=Um%20campinense%20(queimadense)%20esquecido?
que postagem! muito legal.
ResponderExcluiro queimadense que acessa o blog tataguassu, se diverte e se instrui ao mesmo tempo.
Boa... é sempre bom conhecer um pouco mais sobre nossa história.
ResponderExcluirRyGle'