Saudades dos tempos de meninos quando ía-mos brincar na nossa "Festa e Reis", nos tempos que essa era a única festa democrática e a única manifestação cultural por essas bandas.
Festa de Reis dos parques Cariri e Noite Ilustrada, cada um com suas difusoras, irradiando "recadinhos" para todos os lados e tocando as músicas (sempre Reginaldo Rossi - A Raposa e as Uvas / Mon Amour, Meu Bem, Ma femme / Leviana, etc) que embalava nossos sonhos ainda infantis.
Festa de Reis das "roda gigante", dos carrosséis e "espalha-brasa", das velhas canoas, do "chapéu-mexicano" e dos cavalinhos, lagartas e carrinhos, para aqueles que ainda não tinham vontades próprias. Brinquedos que, com a modernidade, foram ficando obsoletos e bregas, onde ninguém mais se atrevia a "pagar mico" brincando neles. Uns até se extinguiram. Com o tempo veio a "pata", hoje águia, os carrinhos de "bate-bate", a bailharina, o Kamikaze e tantos outros de nomes bonitos, mas com a mesma função dos brinquedos antigos: fazer a galera se divertir. Neles a gurizada se sentia "gente" e os adultos voltam a ser crianças.
Tudo passa e a festa se moderniza, é a tradição que se inova. Mais o que é a Festa de Reis sem "maçã do amor", sem vendedores de bolos e cachorro-quente (que no meu tempo de menino só aparecia por aqui nessa festa), sem jogos de bozó, dados, bicho e cartas - que tomava o dinheiro dos "bestas" (eu fui um destes - roubaram-me uma vez). E aquelas argolinhas para laçar uma infinidades de bugingandas que ninguém ganhava, sem contar com o "bazar", uma espécie de bingos que era chamandoa a todo instante, com prémios em dinheiro.
Não podemos esquecer das fotos. Na época que o chique era os velhos monóculos, os fotógrafos, vindo não sei de onde, armavam seus estúdios na calçada da Telpa e da Prefeitura, montavam os cenários - normalmente com Padre Cicero e Aparecida e um cavalinhos para ilustrar e a festa tava feita. Com o tempo, as pessoas foram comprando suas máquinas fotográficas e os registros foram sendo nos parques, mostrando todos se divertindo. Bons tempos!
Aqui, algumas dessas fotos:
Faço minhas as suas palavras, Quiel. Saudozistas que somos, não podemos esquecer esse tempo tão bom e que não volta jamais. Anos 80, quanta saudade!
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