Nesses tempos de protestos lembrei-me de minha
juventude, segunda metade dos anos 80, quando também eu tinha esse ímpeto de
lutar por aquilo que achava que fosse o certo. Certa feita, em 1987, depois que
o comando político do estado mudou de mãos e, por conseguinte a política local.
Daí surgiu o boato que Zé Miranda, então diretor do Ernestão iria ser deposto.
Isso foi o mote que faltava para uma galera jovem, precisando fazer alguma
coisa e ávidos por aparecer, mostrar a cara.
Fui um dos líderes. Fizemos um movimento, que
chamamos “ato público”, nunca antes visto em Queimadas. Paramos as aulas na
escola e saímos em passeata pela rua, num coro só: FICA MIRANDA! Em alguns
pontos fizemos parada para discursos, parecia um movimento de gente grande.
Mas, não é demais lembrar também, que antes de
botarmos o bloco na rua, fomos falar com o principal interessado, Miranda. E este
não só concordou como patrocinou tudo e até deu as devidas coordenadas. No
final foi um sucesso...
Felizmente algumas fotos foram feitas para
registrar aquele momento, que para mim foi de suma importância, em vários
sentidos.
Clique nas imagens para ampliá-las. Fotos dos arquivos de Dedinha e de Maurício Xavier.
Obs.: outras fotos desse momento foram feitas. Tinha uma, inclusive, em que eu discursava na calçada da igreja. Portanto, quem tiver outras fotos desse momento e quiser nos repassar, ficaremos muito grato.
Nesse movimento também aprendi minha primeira lição de política: vi muitos professores que em sala de aula nos estimulava para lutarmos por nossos direitos, mas naquele momento não ficaram do nosso lado; vi colegas líderes do movimento, desaparecer de uma hora para outra, no dia do evento e não ser encontrado em Queimadas nem por um decreto; vi pessoas criticando o movimento abertamente e depois encontrá-las dando aula na escola de Zé Miranda; como também vi engajados no movimento que foram escanteados depois. Tudo em nome dos interesses políticos do momento.
De minha parte, não tenho o que reclamar. Comecei ali uma grande amizade com Zé Miranda e foi ele que me pôs na vida que estou hoje, primeiro como professor de sua escola e depois no Ernestão.
Na foto a esquerda apareço ao lado de Miranda em 2007, no dia de minha colação de grau, quando estava terminando o ensino médio.
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