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sábado, 12 de maio de 2012

FRAGMENTOS DE NOSSA HISTÓRIA - A IGREJA MATRIZ DE QUEIMADAS

Há relatos, em algumas publicações, que o prédio da igreja matriz (templo católico) de Queimadas teve início no ano de 1888 e termino em 1904*. Entretanto, outros apontamentos sobre nossa história  evidenciam que esses fatos precisam serem melhor apurados.

Boulanger de Albuquerque Uchoa, no livro “Subsídio Para a História Eclesiástica de Campina Grande” – 1964, diz, que o responsável pelo início construção do prédio da Igreja de Queimadas foi o Padre Monsenhor Sales, da paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Campina Grande, sem apontar, entretanto, em que ano isso se deu. Ainda argumenta ele, que o referido templo ficou inacabado e só com a chegada do Pe. Oscar Cavalcante, oriundo de Fagundes, em 1944 e que o templo foi concluído, com a ajuda da população local. Além disso, o Pe. Oscar foi também o responsável por adquirir todos os objetos que servem ao exercício da liturgia ou das celebrações litúrgicas (alfaias), como também de toda bancada da igreja.

Portanto, o prédio da Igreja Matriz de Queimadas não ficou pronto em 1904.

Voltando a questão do ano de início da referida construção, será que foi mesmo em 1888?

Baseado no que é citado em outro livro sobre a história da Rainha da Borborema, “Derramando Sustos: Os Escravos e os Quebra Quilos em Campina Grande” – 2006, de Luciano Mendonça de Lima, quando ele fala sobre as investigações sobre os envolvidos em um dos maiores levantes da história paraibana e que teve palco a nossa região, a dita Revolução de Quebra Quilos, que teve início em Fagundes e se espalhou por todo Nordeste, ele aponta um tal Silvestre Pereira de Albuquerque, pedreiro por profissão, que indiciado por fazer parte da revolta, argumenta como álibi, está trabalhando na construção da igreja de Queimadas nesse período. O fato se deu em 1874.

Pelo que foi dito, a igreja local é pelo menos 14 anos mais velha do que apontam os registros.

Só uma coisa bate nesta questão toda, é a existência do prédio sagrado em terras queimadenses já no ano de 1892, ano em que Irenêo Joffily escreveu o livro “Notas Sobre a Paraíba”. É ele, Joffily que, em uma citação sobre Queimadas, fala do templo católico local: “ Queimadas é pequena, mais vai prosperando, com uma feira melhor que a dá sede (Fagundes). Possui uma igreja em construção”.

 

Veja algumas imagens retiradas do livro de Boulanger de Albuquerque Uchoa:

Igreja de Queimadas  em 1962 e o Pe. Oscar em foto da época.

Monsenhor Sales (foto do Blog CGRetalhos), vigário de Campina Grande de 1885 ao início dos anos 20 de sec. XX. Padre operoso, a ele é atribuído o início de construção de capelas em vários pontos de sua freguesia, entre as quais Queimadas. Outra atribuição a sua obras em nossa cidade é a construção de um açude público para abastecer a população local. O antigo açúde onde hoje fica o supermercado de Carlinhos.
Ele nasceu no 13 de Junho de 1918 no sertão da Paraíba (ato falho: não podemos precisar a cidade em que ele nasceu, recorremos assim, a ajuda de nossos colaboradores). Ordenou-se padre em 30 de Novembro de 1950 e foi pároco de Queimadas entre 1974 e 2000. Ainda é vivo e mora hoje no Bairro da Palmeira em Campina, com o título de Monsenhor  Antonio das Graças Lisboa.
80% da população queimadense de hoje ou foi casada ou batizada por esse homem, que plantou por aqui a semente da moralidade e sempre primou pelos bons costumes. Foi uma referência quanto cidadão – mas, será que alguém ainda se lembra dele?!

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