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domingo, 10 de março de 2013

DULCE BARBOSA


Ela nasceu no dia 11 de agosto de 1915 em Queimadas, descendente direta dos pioneiros habitantes da cidade, oriundos da Capivara, uma antiga sesmaria que se irradiou por todo Município. Cursou o ensino primário no Colégio da Sagrada Família, em Campina Grande e concluiu o curso normal no Colégio das Neves em João Pessoa, isso ainda nos anos 30. Com a criação do Grupo Escolar José Tavares, em 1937, o primeiro da cidade, foi nomeada professora do mesmo e, em seguida, diretora.
Iniciou-se na carreira política no ano de 1935, pelo PP (Partido Progressista) de Argemiro Figueiredo, onde, ao lado de Veneziano Vital, representou Queimadas na chapa de vereador (IMAGEM A DIREITA). Em 1947 foi eleita a primeira vereadora de Campina Grande, uma façanha para época, e assim se repetiu em 1951, 1955 e em 1959 sofreu seu primeiro revés político, mas, assumiu a cadeira de vereadora diversas vezes naquela legislatura.
Em 1962 D. Dulce se tornou a primeira prefeita eleita do Município de Queimadas, num pleito magnífico, dito pelos remanescentes da época de derrota certa, frente ao aparato de seu contendedor Veneziano Vital. Ela ainda se candidatou mais duas vezes para prefeito de Queimadas, em 1969 e 1976, sendo derrotada em ambas. A cidade vivia tempos de mudanças no cenário político.
Aposentada das lutas partidárias dedicou-se ao magistério como professora de história e passou a administrar a sua escola, o Ginásio Comercial Dulce Barbosa, primeiro educandário local com ensino ginasial, hoje fundamental II. Escola que teve inicio nos meados da década de 1960.
Sempre foi conhecida como uma mulher de personalidade forte. No dizer de alguns amigos mais próximos, “de uma inteligência rara, e que só deixou de participar da política partidária de Queimadas, quando sua mente não lhe permitiu mais”. Quanto a sua condição física, isso parecia não ser problema. Mesmo com a idade avançada, em épocas de campanhas, era vista em Queimadas falando pelos seus. Não raro era vê-la por aqui em dias de eleições
D. Dulce era bacharel em Direito, formada pela UEPB, a época FURNE, sendo da turma pioneira.
Foi uma mulher a frente do seu tempo, e morreu, coincidentemente, no dia da mulher.

TRAJATÓRIA POLÍTICA DE DONA DULCE
1935 – Candidata-se a vereadora de Campina Grande pelo PP. É sua primeira vez,  não logra êxito.
1947 – Se elege vereadora de Campina Grande pela UDN, partido de Argemiro de Figueiredo.
1950 – É candidata pela UDN ao cargo de deputado estadual, obtêm uma boa votação, 1.412 votos. Não se elege. DETALHE: a media de votos para se eleger deputado, a época, era em torno de 2 mil votos (IMAGEM A DIREITA, campanha de 1950).
1951 – Volta a se eleger vereadora de Campina Grande, outra vez pela UDN.
1955 – Mais uma eleição, mais uma vitória, de novo pela UDN, e sempre seguindo Argemiro.
1959 – Disputa a eleição novamente, é derrotada e seu partido continua a UDN (IMAGEM A ESQUERDA).
1962 – Se elege para governar Queimadas no primeiro pleito para prefeito dessa cidade. Está no PTB.
1969 – Pelo MDB, candidata-se novamente a prefeita de Queimadas. É derrotada.
1976 – Mais uma vez concorre ao cargo de prefeito da cidade, novamente pelo MDB e novamente perde. Encerra-se assim, sua trajetória como candidata, muito embora que, enquanto teve forças, participou da política local.
VEJA AGORA A ORIGEM FAMILIAR DE DONA DULCE E ALGUNS LAÇOS DE PARENTESCOS COM OUTROS NOMES QUEIMADENSES.
Fonte: Antonio Pereira de Almeida em “Os Oliveiras Ledo e a Genealogia do Santa Rosa”.
PAIS:
João Barbosa da Silva – político, comerciante e produtor em Queimadas.
Cecília Barbosa de MeloNazinha.
Ambos naturais da Capivara.

AVÓS PATERNOS:
José Andre de Albuquerque SilvaZelo, que era filho de Joaquim Barbosa (o primeiro com o nome). Zelo era irmão de Maria Cândida de A. Silva, bisavó materna do ex-prefeito de Queimadas Saulo Ernesto.
Francisca Rosa de Albuquerque Silva.

AVÓS MATERNOS:
Anastácio Honório de Melo. Ele era irmão de Maria Honório de Melo Maia – Donzinha, avó de Arnaldo Maia.
Maria Capitulina de Araújo Melo – Iaiá de Melo, a primeira professora do Município de Queimadas.
Solteira, D. Dulce não deixou descendência direta.

FONTES:
Os Oliveiras Ledo e a Genealogia do Santa Rosa - Antonio Pereira de Almeida.
Da revolução de 30 a Queda do Estado Novo - Josué Sylvestre.
Nacionalismo e Coronelismo - Josué Sylvestre.
Campina Grande: História & Política – Alcides Albuquerque do Ó.
Queimadas: Seu Povo, Sua Terra – Antonio Carlos Ferreira Lopes.
Blog Retalhos Históricos de Campina Grande.
Blog Tataguaçú.
 DONA DULCE NA LINHA DO TEMPO
Anos 30 e 40: a profesora.
 Anos 50: a vereadora de campina Grande.

Anos 60: política queimadense.
 Anos 80: aposentadoria
 2005: participando do desfile de 07 de Setembro.
AMANHA MAIS FOTOS E INFORMAÇÕES SOBRE A CARREIRA POLÍTICA DE DONA DULCE.


Um comentário:

  1. Eu vou sugerir que o blog pesquise com cuidado essa afirmação de que Dulce Barbosa se candidatou e perdeu duas eleições para Prefeito de Queimadas. De acordo com minhas lembranças, que naturalmente podem estar em falta, ela não voltou a se candidatar pessoalmente, e certamente não por duas vezes, embora tivesse realmente perdido várias eleições como chefe política, apoiando candidatos como Camões Barbosa, Leonardo Honório que também foi Prefeito, eleito noutra oportunidade, e outros. Na época lhe faltavam recursos para financiar as campanhas com a dissolução dos partidos políticos incluindo o PTB. Fundou o MDB que posteriormente tornou-se o PMDB e participou da campanha pelas diretas e redemocratização.
    Outro erro natural pela confusão de nomes é que Donzinha era de fato irmã de Nazinha e tia de Dulce,e portanto filha de Papai Tacinho como Anastácio era chamado em família. Donzinha também teve um filho chamado Anastácio Honório que foi engenheiro e construtor da grande barragem de Orós. O marido de Donzinha era José Maia e são eles os avós de Arnaldo.
    Eu sou Germana Correia Lima e uma leitora e admiradora do seu blog.

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