DISCURSO DE QUIEL
Durante
toda a preparação para esse momento eu fiz vários discursos, rasguei todos e achei que tinha que falar de improviso, por que essa seria a melhor forma de
comunicação entre nó, para essa noite.
Porém, na ultima hora mudei a estratégia, temendo que uma condição
emocional qualquer tolhesse meus pensamentos. Então resolvi anotar alguns
tópicos e sobre eles discorrerei aqui.
Eu podia
falar da falta de apoio e das incompreensões, mas tudo isso já se acha no
passado, está superado, e a partir de agora é bola pra frente, é vida que
segue. Foram muitos anos de estudos e de aprendizados diversos. E ao chegar
nesse ponto, depois de todas as pesquisas realizadas, fico com uma conclusão,
que é preciso mais apoio para as pesquisas e para a cultura em Queimadas. Fazer
cultura, fazer história, é trabalhoso, é penoso e não traz retorno financeiro,
por isso estou convencido que só quem pode bancar essa atividade no município é
o poder público, que não tem fins lucrativos.
Vivemos
numa cidade em que pouco se atenção a sua memória e são muitos os relatos de
pessoas de fora, que ao chegar a Queimadas, para exercer qualquer atividade, se
depara com um problema: a falta de informações sobre o município,
principalmente no que diz respeito a sua história, resumida a um único livro,
“Queimadas, seu povo, sua terra”, do amigo Antônio Carlos. E foi por esse
pressuposto que resolvi fazer esse trabalho. Não para preencher uma lacuna, mas
principalmente para dividir com as pessoas parte do conhecimento que adquiri
sobre a minha cidade, ao longo de vários anos de pesquisas, pesquisas que foram
feitas de forma despreocupadas e sem compromissos, o que foi muito bom para a
obra, diga-se de passagem.
Primeiro
de tudo eu quero agradecer cada um de vocês que aqui se faz presente. Agradecer
a todos os meus familiares; agradecer aos meus amigos que aqui se encontram;
agradecer aos colegas de trabalho; agradecer a alunos e ex-alunos, que também são
meus amigos; agradecer a pessoas amigas, de outras cidades; como também agradecer
aos amigos da imprensa, aos colegas blogueiros e de sites, aos radialistas, aos
jornalistas que aqui se encontram, eu confesso que estou feliz.
Eu
poderia dizer que hoje é um dos dias mais felizes de minha vida. Não só pela
realização de um sonho que era publicação desse trabalho, mas é basicamente por
ver a presença de tanta gente boa, tanta gente amiga, tanta gente querida,
nesse salão. Isso além de aumentar nossa responsabilidade, nos dá uma força
muito grande.
Eu queria
pedir licença a vocês para falar das ausências. Ausências de pessoas que foram
muito importantes ao longo da minha vida, que hoje não se encontram presentes
aqui, eles que foram tiradas de nosso convívio pelo Criador. Pessoas que com
certeza, se vivas fossem eram presenças garantidas nesse momento e tinham
cadeiras cativas nesse auditório.
Eu falo
do amigo professor Miguel Guedes, cidadão que no momento que mais precisei,
chegou junto. Atendeu a uma necessidade urgente nossa.
Eu falo
do amigo Antônio Olímpio que tantas informações nos passou. Lembro-me de sua
boa vontade em passar seus conhecimentos para quem se interessasse. Ele que
infelizmente se foi, sem deixar uma obra escrita e Queimadas perdeu muito, dado
a bagagem de conhecimento que ele tinha.
Falo do
ex-prefeito Saulo Ernesto, que foi quem deu a minha primeira oportunidade de
atuar num cargo público em Queimadas, quando dele fui Secretário de Cultura do
Município.
Falo do
amigo Zé Miranda, aquele que me deu a primeira oportunidade de está em sala de
aula, de ser um professor.
Falo do meu
sobrinho Junior, filho de Sérgio e de Glória, que tão jovem nos deixou,
marcando-nos fortemente.
Falo de
minha mãe, dona Socorro, que se foi cheia de sonhos e que, se viva estivesse,
hoje, seria uma presença marcante cuidando de cada ponto desse evento - dado
que, a vitória dos seus filhos era a vitória dela.
Saindo
desse momento emocional, sigo relatando o que vocês vão achar no nosso
trabalho.
A
narrativa deste livro se baseia em contar a história de Queimadas por
apontamentos, fazendo basicamente um apanhado cronológico do que se passou
nessa terra, ao longo dos seus mais de 300 anos de história. Apontando fatos
que um dia mereceram destaque e que, de alguma forma, foram registrados. O que
fizemos foi, descobrir essas anotações
em fontes diversas, compila-las, juntá-las cronologicamente e transformá-las em
livro. Dai o nome: “RETALHOS DA HISTÓRIA DE QUEIMADAS”.
Sua
datação começa em 1650, quando nasceu Pascácio de Oliveira Ledo, bandeirante
baiano e primeiro dono das terras onde está plantada a cidade de Queimadas. E
termina em 2013, com a morte do Monsenhor padre Antônio Lisboa.
O livro
se divide em quatro (04) partes:
Na
primeira, o texto traz as notas introdutórias sobre a cidade, que é de praxe e
segue falando da origem do Município, aponta as primeiras fazendas da região e chama
a atenção para a colonização dessa terra, dando destaque a um núcleo familiar
formado na fazenda Capivara e que de lá se irradiou por toda Queimadas.
Fala da
fundação do povoado a partir de alguns elementos como um surto de cólera de
1956 e 1962, do início da plantação de algodão na região e da seca de 1877.
Segue mostrando como o lugar cresceu, como as ruas apareceram e como nasceram
nossos bairros. Traz também um quadro ilustrativo que mostra a evolução de
nossa população desde 1940.
Finaliza
com a origem dos nomes Queimadas e Tataguaçú, dizendo o porquê de cada um
desses topônimos e ilustra com outro quadro, onde se ver as várias cidades da
Paraíba, que a exemplo de Queimadas, tiveram seus nomes mudados ao longo da
história.
Por aí já
bastava.Na sequência.
Na 2ª
parte do livro, vêm as “Datas Queimadenses” onde são quase 150 páginas de
anotações por tópicos cronológicos. Esse é o corpo do trabalho, o livro
propriamente dito.
Aqui
foram muitas as descobertas, vindas à tona muitas situações desconhecidas.
Foram feitos vários esclarecimentos, levantadas hipóteses, mostrada algumas
novidades e derrubado alguns conceitos consolidados, que como aquele que dizia
que todas as terras que formam o município de Queimadas foram de Pascácio de
Oliveira Ledo.
Mostramos
a colonização de Queimadas a partir da Capivara, como já foi dito, e quem foi
nosso primeiro político. Quais os crimes de morte entraram para nossa história
(motivo para alimentar no imaginário a fama de Queimadas como uma cidade
violenta).
Mostramos
também a participação de Queimadas no levante de Quebra-quilos, o algodão nas
fazendas e a água nos cacimbões no pé da, como elementos propulsores de nossa
formação. A construção da igreja Matriz e seu patrimônio inicial e um fato que
julgamos importante: a criação do Distrito Policial de Queimadas em agosto de
1989, cujo os limites estabelecidos a época, serviram de base para delimitar o
perímetro territorial do município na atualidade. Soma-se a isso todas as
anotações de quem eram as pessoas de destaque na sociedade local nos idos dos
anos 1800.
No livro
também estão algumas notas, achadas e velhos jornais, que não são tão
históricas assim, mas curiosas, que nos leva a imaginar e até entender o
comportamento da sociedade local nos tempos de nossos antepassados.
No século
20 podemos anotar quase tudo que houve de importante por aqui, como a relações
do povo local como o cangaceiro Antônio Silvino, a elevação do povoado em
Distrito de Paz e depois Vila, até sua emancipação política. A construção do
cemitério da Rua Nova, a elevação da Capela em Paróquia, a identificação de
nomes importante da cidade em vários segmentos, traçando uma pequena biografia
de cada um, e apontando nossas personagens que ganharam destaque além da Terra
Tataguaçú, a exemplo de Antônio Barros - grande compositor, José Lopes de
Andrade – politico e sociólogo, e Anastácio Honório Maia – que construiu os
açudes de Boqueirão/PB e de Orós/CE Nomes, que aliás, são desconhecidos para a
maioria dos queimadenses. Além desses citamos nomes da política como Dulce
Barbosa e Carlos Ernesto.
Dos anos
50 para cá a cidade se destacou na educação, quando foram criadas as primeiras
escolas rurais. Também houve a consolidação da paróquia e a força dos nomes de
seus padres; a formação dos primeiros times de futebol amador e os primeiros
campos; as primeiras eleições, com seus prefeitos eleitos, os vice-prefeitos e
todos os vereadores.
Falamos
também de suas festas, da chegada do asfalto e da BR-104, além da migração de
parte da população rural para a “Rua”.
Chegamos em
nossa terceira parte, onde compilamos do livro “Apontamentos Para a História
Territorial da Paraíba” de João Lyra Tavares, todas as sesmarias distribuídas
nas terras que hoje forma Queimadas, um total de doze (12), a primeira de 1712
– de Pascácio de O. Ledo – até a última terra devoluta de nossa cidade, doada
em 1805 a Fco. Do Rego Barros, na região da Boa Vista, divisa com Barra de
Santana.
Segue com
a quarta (4ª) parte do livro onde estão anotados vários nomes de verdadeiros
pioneiros da cidade, como os eleitores de 1903 – quando a região pertencia a
Fagundes e era dividida em quarteirões; a lista dos proprietários rurais do
município em 1920, citando um por um; os compradores e descaroçadores de
algodão local em 1916 e 1930; Todos os alunos da primeira escola registrada da
cidade em 1924; os primeiros alunos da escola José Tavares, em 1937; as
primeiras professoras e professores rurais nos anos 1950 bem como as primeiras
escolas dos sítios; a criação do Ernestão e quem foram seus primeiros alunos e
professores; a anotações dos nomes de todos os prefeitos, vices e vereadores
que a cidade já teve. E finalizo com um texto do jornalista Paulo “Seixas”
Albino, sobre o lendário João de Carminho.
Mas
ficamos na certeza que nem tudo foi dito, porque ainda há muita coisa a ser
descoberta, como também muitos episódios passado em nossa Queimadas, que aqui
não foram ditos, como também muitos personagens de nossa sociedade, ficaram de
fora, não propositadamente (eu queria fazer um trabalho completo, sem falhas –
o que se mostrou impossível ao longo das pesquisas), mas por falta de recurso
técnicos, por não ser versado na área.
E assim chego
ao fim dizendo que já começamos a trabalhar na segunda edição desse projeto,
tendo como finalidade corrigir erros e as falhas desse material, que ora dou
publicidade.
Não tenho
uma palavra bonita para agradecer a cada um de vocês que tiveram por mim a
consideração de aqui está e que adquiriam ou vão adquirir nosso trabalho.
Portanto
ficamos com aquele tradicional MUITO OBRIGADO.
MUITO
OBRIGADO MESMO!
Parabéns meu amigo.
ResponderExcluirAntônio gomes, RJ
Parabéns pela obra e siga firme, mostrando a nossa história e a nossa cultura.
ResponderExcluironde é possível encontrar esse livro?
ResponderExcluironde é possível encontrar esse livro?
ResponderExcluirPequeno grande livro. Pequeno em dimensões físicas e grande no seu teor, no seu conteúdo. muito interessante e de leitura agradável devido a escrita simples e de fácil entendimento.
ResponderExcluirBom dia!
ResponderExcluirGostaria de ter acesso ao material, onde está disponível.
Gostaria de saber como conseguir este livro? É preciso Fazer uma encomenda?
ResponderExcluirBoa noite professor!?
ResponderExcluirComo faço pra adquirir o livro?
Olá. Excelentes colocações, professor.
ResponderExcluirGostaria de saber onde posso adquirir o livro, por favor.